A dinâmica dos campus universitários nos Estados Unidos está se transformando em uma cena de solidariedade que desafia as expectativas convencionais. O que parecia improvável há um ano, hoje se desdobra diante de nossos olhos: uma onda crescente de apoio aos palestinos, ecoando em corredores acadêmicos por todo o país.
Após 35 anos vivendo nos Estados Unidos, retornei ao Brasil e me deparei com uma realidade inesperada: as imagens que pipocavam incessantemente em meu celular mostravam universidades sendo ocupadas por movimentos solidários aos palestinos. Uma mobilização que vai muito além da mera compaixão, desafiando as políticas tradicionais e expondo a complexidade do conflito.
Enquanto isso, a vida política de Joe Biden se complica ainda mais. Enquanto ele aprova novos repasses financeiros para alimentar conflitos na Ucrânia, a crescente crítica à sua postura em relação ao genocídio na Palestina ganha voz. Essa crítica se expande para além das fronteiras de Gaza, abrangendo também a violenta realidade na Cisjordânia, onde prisões arbitrárias e violência generalizada se tornam cada vez mais comuns.
Entretanto, essa onda de solidariedade estudantil abre uma janela de esperança. Em Austin, Texas, uma estudante norte-americana relatou sua experiência durante uma marcha de solidariedade, que foi abruptamente interrompida pela chegada da polícia. O que era para ser uma manifestação pacífica se transformou em um confronto, mas, ao invés de silenciar os estudantes, apenas fortaleceu sua determinação.
Em Nova Iorque, uma professora brasileira, mesmo ciente dos riscos profissionais, se une aos protestos de maneira discreta, consciente da importância de sua voz na luta pela justiça.
Recentemente, mais um campus universitário se juntou à lista de espaços ocupados em nome da solidariedade: a Universidade de Harvard. Os estudantes invadiram um gramado cercado, expressando sua indignação e seu profundo desejo por justiça.
Essa solidariedade universitária não apenas desafia as estruturas de poder estabelecidas, mas também resgata a esperança de um povo que há muito clama por justiça e reconhecimento. Enquanto os palestinos enfrentam a brutalidade do conflito diário, é a solidariedade internacional que se mostra como uma luz no fim do túnel, lembrando-nos do poder transformador das pessoas comuns em busca de um mundo mais justo e compassivo.
