O Distrito Federal (DF) enfrenta uma grave crise de saúde, liderando de maneira preocupante duas estatísticas nacionais: a maior incidência de casos prováveis de dengue e o maior número de mortes decorrentes da infecção. Nos dois primeiros meses de 2024, as notificações da doença ultrapassaram a marca de 84 mil, superando os 72,6 mil casos registrados durante todo o ano de 2022, de acordo com dados da Secretaria de Saúde (SES-DF).

O Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde (MS) revela que o DF lidera a incidência de dengue no país, com 2.874 infecções prováveis por 100 mil habitantes. Esse número é mais que o dobro do segundo colocado, Minas Gerais, que apresenta um coeficiente de incidência de 1132.

Além disso, o Distrito Federal lidera em número de mortes, totalizando 38 óbitos confirmados por dengue, de acordo com o boletim epidemiológico mais recente divulgado pela SES-DF. Esse dado coloca o DF à frente de estados com maior número de casos, como Minas Gerais, que registrou 20 mortes.

Perfil Epidemiológico e Desafios Locais

A análise do perfil epidemiológico revela que a faixa etária mais afetada está entre 20 e 29 anos, com uma incidência de 2.865,6 casos por 100 mil habitantes. Notavelmente, as crianças de 1 a 4 anos apresentam a menor ocorrência, com 1212,7 casos por 100 mil habitantes, seguidas pelas crianças com menos de um ano, que registram um caso para cada 100 mil.

Entre as Regiões Administrativas (RAs), Ceilândia lidera o ranking de infecções prováveis, com 14.718 casos desde o início do ano, seguida por Taguatinga (4.428), Sol Nascente/Pôr do Sol (4.352), Brazlândia (4.069) e Samambaia (3.378). Todas as RAs apresentam casos confirmados, com diferentes níveis de incidência, desde baixa até alta.

O boletim epidemiológico destaca que até 19 de fevereiro foram confirmados 1.399 casos de dengue com sinais de alarme, indicando agravamento da doença. Dentre esses sintomas estão vômito persistente, dor abdominal intensa, sangramentos de mucosas, dor no fígado e queda de pressão.

Vacinação e Medidas Controversas

A vacinação de crianças de 10 a 11 anos iniciou-se em 9 de fevereiro, com 19.588 doses aplicadas até o momento em 67 Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Em meio à crise, a controversa decisão de envolver jovens do programa social Jovem Candango no combate à dengue gerou críticas de entidades ligadas à educação e direitos dos adolescentes. Esses jovens serão responsáveis pelo cadastramento de pessoas nas tendas de hidratação espalhadas pelo DF.

A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) adiou a votação das nomeações de concursados, gerando insatisfação entre os parlamentares progressistas. A deputada Dayse Amarílio (PSB) classificou o adiamento como “frustrante”, destacando a necessidade urgente dessas nomeações diante da situação crítica causada pela epidemia de dengue.

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