Os olhos do mundo se voltaram para a Casa Branca hoje, quando o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, se reuniu com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em busca de um apoio substancial de US$ 24 bilhões em assistência militar. O encontro, anunciado pelo conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, assume um papel de destaque em meio às crescentes tensões no leste europeu.
Segundo Sullivan, Biden reiterará seu compromisso de liderar a comunidade internacional no apoio à Ucrânia em sua busca pela manutenção da independência, soberania e integridade territorial. A reunião também marca um momento importante para os Estados Unidos e seus aliados, que deverão anunciar em breve um aumento significativo na assistência militar à Ucrânia. Na próxima semana, um grupo de nações coordenadoras dessa ajuda se reunirá na Alemanha. Ao mesmo tempo, as forças ucranianas continuam sua contraofensiva, anunciando a recuperação de territórios no sul e leste do país.
Além das conversas na Casa Branca, Zelensky também está programado para comparecer ao Congresso dos EUA, onde um novo pacote de ajuda, no valor de US$ 24 bilhões, tanto militar quanto humanitária, está em discussão legislativa. No entanto, ao contrário do que ocorreu durante o ano anterior, quando republicanos e democratas uniram forças para aprovar mais de US$ 110 bilhões em ajuda à Ucrânia, algumas vozes republicanas agora resistem a liberar mais recursos para o país europeu, defendendo que os EUA devem concentrar seus recursos em questões nacionais. O prazo final para a aprovação do orçamento pelo Congresso americano é 30 de setembro.
Esta é a segunda visita de Zelensky à Casa Branca, tendo feito uma visita surpresa em dezembro de 2022. No entanto, a reunião atual ganha destaque, especialmente considerando os recentes desenvolvimentos na Ucrânia.
O encontro em Washington ocorre logo após ambos os líderes participarem da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Durante seu discurso na Assembleia, Biden expressou forte apoio à Ucrânia e condenou a Rússia, atribuindo-lhe a responsabilidade exclusiva pela guerra “ilegal” no território ucraniano. Zelensky, em seu primeiro discurso presencial na Assembleia, acusou a Rússia de genocídio, especialmente devido ao sequestro de crianças ucranianas, afirmando que possui informações sobre dezenas de milhares de vítimas.
Na quarta-feira, Biden e Zelensky se encontraram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Durante esse encontro, Biden e Lula anunciaram uma iniciativa global para combater a precarização do trabalho, enquanto Lula e Zelensky superaram desentendimentos anteriores para terem uma reunião pessoal presencial, após trocas de críticas entre ambos.