Se países ricos cumprissem promessas, teriam mais moral para cobrar

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diz negociador-chefe do Brasil para o clima

Como um farol na noite escura, o Brasil se prepara para a iminente Cúpula do Clima da ONU, a COP-28, que acontecerá em Dubai, Emirados Árabes Unidos, entre novembro e dezembro deste ano. O governo brasileiro, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deposita suas fichas na diplomacia ambiental para ressaltar a importância do cumprimento das promessas climáticas feitas por países ricos.

Promessas não cumpridas: A declaração do principal negociador ambiental do Brasil, André Corrêa do Lago, lança luz sobre a promessa feita em 2009 pelos países desenvolvidos de destinar US$ 100 bilhões até 2020 para auxiliar na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas nos países em desenvolvimento. Infelizmente, estimativas apontam que essa meta nunca foi atingida, e o prazo foi estendido até 2025.

O Brasil, juntamente com outras nações, luta por uma justa compensação pelo descumprimento dessas promessas, destacando a necessidade de apoio financeiro para conter os impactos das mudanças climáticas.

Liderança sob os holofotes: A COP-28 servirá como vitrine para o novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que coloca o meio ambiente no centro de sua política internacional. O Brasil também se prepara para sediar a COP-30 em Belém, em 2025, o que reforça sua posição de liderança nas discussões climáticas globais.

No entanto, mesmo com a queda significativa do desmatamento na Amazônia, o Brasil enfrenta um dilema. Enquanto busca aumentar sua influência global por meio de uma diplomacia ambiental firme, ainda mantém um compromisso com a exploração de petróleo, um dos principais culpados pelas mudanças climáticas. Esse paradoxo desperta o escrutínio da comunidade internacional, que questiona a coerência entre as ações do Brasil em relação ao meio ambiente e à exploração de combustíveis fósseis.

Responsabilidade compartilhada: Questionado sobre a exploração de petróleo, Corrêa do Lago destaca que o Brasil tem opções no campo energético e pode se adaptar às decisões globais sobre o futuro do petróleo. No entanto, ele ressalta que o essencial da discussão climática é a responsabilidade compartilhada por todos os países na busca por soluções.

Pressão por compromissos: O Brasil não está sozinho em sua luta por justiça climática. O país pretende pressionar os países ricos a cumprirem suas promessas de aportar US$ 100 bilhões anualmente até 2025, evidenciando que, ao não cumprir essas promessas, minam a credibilidade da COP e enfraquecem as negociações.

China e a questão climática: Sobre a pressão para que a China contribua com fundos internacionais para mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, Corrêa do Lago destaca que a China está agindo conforme suas obrigações dentro do contexto da Convenção Climática da ONU. Ele ressalta que o foco deve ser sobre os países desenvolvidos, que precisam cumprir suas promessas antes de cobrar dos outros.

O Brasil na COP-28: A COP-28 traz discussões cruciais para o Brasil, incluindo a avaliação do progresso das metas estabelecidas no Acordo de Paris e a importância do tema de energia. O presidente Lula pretende abordar as questões florestais sob a perspectiva dos países com vastas áreas florestais, buscando convergências com outras regiões florestais globais.

À espera da COP-30: O Brasil planeja apresentar metas mais ambiciosas na COP-30, em 2025, conforme a situação evolui, para combater as mudanças climáticas de maneira eficaz.

O dilema do petróleo na Amazônia: Enquanto o Brasil reafirma seu compromisso em combater o desmatamento, a exploração de petróleo na região da Foz do Rio Amazonas permanece um tópico complexo que exige um debate público amplo, envolvendo as comunidades afetadas e considerando os impactos ambientais e econômicos.

Erros táticos da União Europeia: Questionado sobre as ações da União Europeia que condicionam acordos comerciais a metas ambientais, Corrêa do Lago aponta que houve erros táticos na abordagem da UE, que poderiam minar a boa vontade do Brasil em melhorar seus indicadores ambientais.

A COP-28 promete ser um palco importante para o Brasil e o mundo debaterem questões climáticas cruciais. A diplomacia ambiental desempenhará um papel fundamental, e o Brasil busca liderar a luta por um mundo mais sustentável.

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