Na terça-feira, a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, criticou as declarações do agora afastado ministro do Patrimônio de Jerusalém, Amichay Eliyahu, sobre a possibilidade de uso de armas nucleares na Faixa de Gaza.
A controvérsia surgiu no domingo, quando Eliyahu foi questionado durante um programa de rádio sobre a viabilidade de usar armas nucleares em Gaza. Ele respondeu afirmativamente, provocando reações negativas. Como resultado, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, suspendeu o ministro de extrema direita de suas funções em reuniões governamentais “até novo aviso.”
De acordo com Zakharova, as palavras do ministro suspenso levantaram sérias preocupações na comunidade internacional, questionando se isso indicaria a existência oficial de armas nucleares. A diplomata russa também destacou a falta de reação das organizações internacionais, incluindo a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), às declarações do político israelense.
As autoridades israelenses nunca reconheceram oficialmente a posse de armas nucleares, embora insinuações tenham sido feitas anteriormente. Israel é amplamente reconhecido como um detentor de armas nucleares, embora não seja signatário do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, ao lado da Coreia do Norte, Índia e Paquistão.
As declarações de Eliyahu também resultaram em uma resposta enérgica do Irã, que apelou à ONU e à AIEA para tomar medidas na direção da desnuclearização de Israel.
Rússia enfatiza a necessidade de um cessar-fogo em Gaza
Além disso, o Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, durante uma conversa telefônica com o Ministro dos Assuntos Civis da Autoridade Nacional Palestina, Hussein Sheikh, sublinhou a urgência de um cessar-fogo e da evacuação de cidadãos russos da Faixa de Gaza.
A nota da chancelaria russa destacou que Lavrov enfatizou a necessidade de um cessar-fogo imediato para evitar mais baixas civis e permitir a expansão da assistência humanitária na região, bem como a evacuação imediata dos cidadãos russos da área.
Além disso, Lavrov reafirmou seu apoio a uma solução justa para a questão palestina, com base no quadro jurídico internacional, que busca a criação de um Estado palestino independente dentro das fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como sua capital.