Na noite desta segunda-feira (13), Brasília testemunhou um reencontro emocionante. Trinta e dois brasileiros, incluindo 17 crianças, nove mulheres e seis homens, que enfrentaram cinco semanas de ataques em Gaza, foram recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva após 12 dias de uma jornada marcada por espera e incertezas.
A Chegada e o Discurso Incisivo de Lula
O desembarque ocorreu às 23h24, a bordo de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB). Enquanto sobrevoavam o trajeto de volta ao Brasil, Lula expressou sua indignação quanto à situação dos palestinos, condenando as ações israelenses e destacando a urgência de um olhar global para a crise. O presidente afirmou que Israel estava “matando inocentes sem nenhum critério” e equiparou as consequências dos ataques à gravidade do ataque do Hamas em outubro.
Uma Jornada de Espera e Superacão
A espera de 12 dias desde o início da saída humanitária testou a resiliência do grupo, que enfrentou desafios logísticos e incertezas durante sua repatriação. A lista de nomes demorou a sair, e obstáculos na fronteira egípcia prolongaram ainda mais a agonia. Esse grupo, em sua maioria brasileiros, viu outros 4 mil cidadãos partir antes deles, um processo que gerou desconforto e suspeitas sobre os critérios utilizados pelas autoridades locais.
Acolhimento e Suporte Governamental
Os repatriados terão dois dias de hospedagem em Brasília, cortesia da FAB, antes de se reunirem com suas famílias. Aqueles sem familiares no Brasil receberão suporte abrangente do governo, incluindo abrigo, documentação, alimentação, apoio psicológico, cuidados médicos e imunização. Augusto de Arruda Botelho, secretário nacional de Justiça, assegura que não há prazo definido para esse suporte, afirmando a disposição do país em integrar essas pessoas.
Operação Voltando em Paz: Uma Missão Humanitária
A chegada desses brasileiros marca 1.477 resgates na região, parte da Operação Voltando em Paz. Coordenada pelo governo federal, essa operação envolveu 150 militares e 37 profissionais de saúde, além de cinco aeronaves. Um esforço conjunto para trazer alívio a cidadãos envolvidos no conflito que, desde outubro, já deixou cerca de 11 mil mortos em Gaza e 1.200 em Israel.