Um caso chocante envolvendo expressões racistas proferidas por uma professora em uma escola pública de Ceilândia, no Distrito Federal, ressalta a importância vital de ações antirracistas no ambiente educacional. O caso ganhou destaque após a divulgação de um áudio em que a professora, cuja identidade permanece anônima, se dirige a um aluno do Ensino Médio com palavras discriminatórias. O incidente gerou indignação e levanta questionamentos sobre a efetividade das políticas de combate ao racismo nas escolas.
A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) agiu prontamente, afastando a professora e iniciando uma investigação. No entanto, o Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) enfatiza a necessidade de políticas institucionais mais abrangentes para erradicar o racismo nas escolas.
As palavras da professora no áudio são perturbadoras, indicando uma atitude discriminatória e preconceituosa em relação ao aluno. A SEEDF informou que recebeu a denúncia através de sua ouvidoria e tomou medidas conforme a legislação vigente.
A professora, com contrato temporário, foi afastada da escola. A SEEDF enfatiza que repudia qualquer forma de violência e preconceito dentro e fora das escolas e se compromete a fornecer apoio ao estudante afetado.
Beatriz Nobre, diretora de Mulheres da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), lamentou o ocorrido e enfatizou a importância de uma formação emancipadora e antirracista para alunos e professores. Ela afirma que a escola deve ser um local acolhedor que discute e celebra as diversas diferenças na sociedade brasileira, promovendo uma educação genuinamente emancipadora.
Jurista e militante da Frente das Mulheres Negras do DF, Vera Lúcia Araújo, destaca a necessidade de uma análise minuciosa deste caso. Ela enfatiza que o governo do Distrito Federal deve encaminhar a questão para órgãos de fiscalização e controle, considerando a gravidade do incidente ocorrido em uma sala de aula, envolvendo um aluno.
De acordo com o Sinpro-DF, o Distrito Federal não cumpre a Lei 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino sobre história e cultura afro-brasileira no ensino fundamental e médio. O sindicato enfatiza que o racismo é um problema estrutural e que todos os professores e orientadores educacionais têm a responsabilidade de lutar contra ele.
Márcia Gilda, coordenadora da Secretaria de Raça e Sexualidade do Sinpro, destaca a importância do ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas, bem como a promoção de atividades institucionais antirracistas e complementação pedagógica. Ela ressalta a falta de políticas de formação para professores e alunos no Distrito Federal, enfatizando a necessidade de medidas abrangentes para combater o racismo nas escolas.