A greve unificada de 24 horas dos trabalhadores do Metrô, da CPTM e da Sabesp, realizada na terça-feira (3), contra as privatizações pretendidas pelo governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), teve um efeito imediato: a única linha que segue sem funcionar direito é, justamente, a concedida para a iniciativa privada.
A Linha 9-Esmeralda, operada pela ViaMobilidade, formada pelas empresas CCR e Ruas Invest Participações, está com pane elétrica desde a terça-feira. A concessionária afirma que a falha está ainda em manutenção e, por isso, os trens entre oito estações (Pinheiros até Morumbi) só circulam em uma única via.
O governador Tarcísio de Freitas, que havia afirmado que “as [linhas] que estão funcionando” são “as que foram transferidas para a iniciativa privada”, viu sua promessa ser desmentida pela realidade. O vídeo de um trem parado e passageiros carregando uma senhora para que pudesse descer ao lado do trilho e seguir a pé viralizou nas redes sociais.
A falha na Linha 9-Esmeralda é apenas mais um exemplo dos problemas que a privatização do transporte público em São Paulo tem causado. Em 2021, a gestão da Linha 4-Amarela, também operada pela ViaMobilidade, foi alvo de críticas após uma série de falhas, incluindo um acidente que deixou 13 pessoas feridas.
A greve dos trabalhadores foi um protesto contra a continuidade do processo de privatização do transporte público em São Paulo. Os sindicatos reivindicam a suspensão do leilão de concessão da Linha 7-Rubi da CPTM à iniciativa privada (previsto para 29 de fevereiro) e também dos pregões de terceirização dos serviços de atendimento e manutenção do Metrô (marcados para os dias 10 e 17 de outubro, respectivamente).