A única igreja católica que atende à pequena comunidade cristã de Gaza se transformou em um improvável abrigo para mais de 500 pessoas de diversas religiões, cujas casas foram destruídas no meio do conflito. A Sagrada Família, sob os cuidados do padre argentino Gabriel Romanelli, agora abriga uma população diversificada e apreensiva.
A iminente ordem de evacuação do norte da Faixa de Gaza por parte de Israel, que pede a mais de um milhão de pessoas que se desloquem para o sul em 24 horas, criou um ambiente de pânico e incerteza. A Igreja, que serve como refúgio, abriga centenas de refugiados, incluindo crianças, idosos, deficientes e doentes. A questão que persiste é para onde ir e como transportar essas pessoas em meio ao caos.
Enquanto a ONU fez um apelo para que Israel reconsidere a ordem, alegando a impossibilidade de mover 1,1 milhão de pessoas, o Hamas, grupo palestino, pediu que os habitantes da região permaneçam onde estão, ignorando a ordem israelense.
A Faixa de Gaza, que abriga 2,2 milhões de pessoas, incluindo 1.017 cristãos, está enfrentando uma situação crítica. No entanto, a maioria da comunidade religiosa é ortodoxa, enquanto os católicos são uma minoria.
A igreja, que consiste no templo principal, três escolas e uma capela, tornou-se um local onde pessoas de diferentes crenças compartilham espaço dia e noite, enquanto buscam informações sobre parentes desaparecidos e lidam com o medo de uma possível ofensiva terrestre de Israel.
O Papa Francisco demonstrou sua preocupação, ligando duas vezes para o padre Romanelli nos últimos dias. Ele ofereceu bênçãos à comunidade e demonstrou solidariedade em meio à crise.
A situação em Gaza é descrita como “terrível” pelo Programa Alimentar Mundial da ONU, com escassez de alimentos e água, devido ao bloqueio israelense. Israel prometeu não restaurar a eletricidade nem permitir a entrada de recursos básicos e ajuda humanitária em Gaza até que o Hamas liberte reféns israelenses.
A igreja depende de caminhões-pipa e raciona o uso de diesel e geradores de energia. A situação se agrava com a destruição de oito casas de famílias cristãs e dezenas de outras casas danificadas.
Conforme o conflito se intensifica, o padre Romanelli destaca a necessidade de corredores humanitários para permitir a passagem segura de pessoas afetadas pelo conflito e a libertação de reféns.
O drama em Gaza continua a se desenrolar, e a comunidade internacional acompanha ansiosamente os acontecimentos, enquanto se esforça para encontrar soluções humanitárias diante da crise.