Os partidos da oposição da ÍNDIA decidiram hoje disputar conjuntamente as eleições nacionais de 2024 na sua tentativa de destituir o primeiro-ministro Narendra Modi e evitar que o seu partido nacionalista hindu Bharatiya Janata (BJP) alcance uma terceira vitória consecutiva.
Os 26 partidos da oposição, incluindo o Congresso e o Partido Comunista da Índia (Marxista), decidiram elaborar acordos de partilha de assentos em diferentes estados num “espírito colaborativo de troca mútua” para evitar a divisão de votos contra o partido de Modi.
As eleições nacionais da Índia estão programadas para maio do próximo ano.
Os líderes do partido do Congresso, Sonia Gandhi e Rahul Gandhi, juntaram-se a outros líderes importantes da oposição, incluindo Sharad Pawar, Arvind Kejriwal, Sitaram Yechury do CPI-M e Laloo Yadav numa reunião de dois dias em Mumbai.
O objetivo deles é estabelecer uma luta direta, colocando um concorrente contra um candidato do BJP em cada distrito eleitoral.
Os partidos da oposição formaram a Aliança Nacional Indiana para o Desenvolvimento Inclusivo (Inida) em Junho e procuram desafiar o partido de Modi no seu historial económico, no aumento do desemprego e numa série de outros problemas internos.
Mallikarjun Kharge, o presidente do Partido do Congresso, disse que está em jogo o futuro da democracia multipartidária da Índia e das fundações seculares que sofreram ataques do governo nacionalista hindu de Modi.
“O governo de Modi está lentamente a levar o país para uma ditadura”, disse Kharge aos jornalistas após a reunião.
Sambit Patra, porta-voz do BJP, criticou a reunião dos partidos da oposição e disse que a sua aliança era apenas uma pretensão de unidade que terminará em conflito durante as eleições de 2024.
Laloo Yadav, ex-ministro-chefe do estado de Bihar, queixou-se de que os líderes da oposição têm sido alvo de ataques e investigações por parte de agências federais controladas pelo governo de Modi.
Mais de uma dúzia destes casos levaram à deserção de líderes da oposição para o BJP, o que por vezes é seguido pela retirada de acusações ou pelo abrandamento da pressão. O BJP nega envolvimento nos casos.
O governo de Modi coincidiu com o aumento do desemprego, os ataques dos nacionalistas hindus contra as minorias do país, especialmente os muçulmanos, e a diminuição do espaço para a dissidência e a liberdade de imprensa.
No entanto, alguns analistas dizem que o esforço da oposição para destituir Modi é uma tarefa difícil. O seu partido controla diretamente 10 dos 28 estados, está em coligação em quatro outros estados e tem mais de 55 por cento dos 543 assentos da câmara baixa do Parlamento.
Modi tornou-se primeiro-ministro da Índia em 2014 e conquistou um segundo mandato para o seu partido em 2019, com uma vitória fácil contra uma oposição fragmentada.
Source: https://www.morningstaronline.co.uk/article/w/indias-opposition-parties-team-challenge-modis-hindu-nationalist-party-2024-elections
