Na manhã ensolarada desta segunda-feira, o cenário em frente à sede da Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no coração de São Paulo, foi tomado por um ato de resiliência e esperança. Cerca de 200 membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) provenientes de diversas regiões do estado uniram suas vozes e sua determinação para demandar uma reforma agrária efetiva e um compromisso sério com a produção de alimentos de qualidade.
Erguendo bandeiras e exibindo faixas no portão do órgão, eles clamam pela regularização de cerca de 1,5 mil famílias que vivem em acampamentos precários em São Paulo. Além disso, pedem a suspensão de iminentes despejos em quatro ocupações do movimento. A urgência da situação é palpável, com algumas famílias esperando por uma solução há mais de uma década.
Gerson Oliveira, da direção do MST, destacou a importância deste movimento como um chamado ao governo para atender a demandas antigas. As condições precárias dos acampamentos e assentamentos são um reflexo da falta de políticas públicas, de crédito e de apoio para viabilizar a produção de alimentos.
A luta não se limita a São Paulo. Em todo o país, o MST está pressionando o governo para atender às necessidades daqueles que dependem da terra para sobreviver. A jornada “Por terra e comida de verdade para o povo” acontece em um momento crítico para a agricultura familiar, quando as políticas de reforma agrária estão em espera há muito tempo.
Enquanto o Brasil celebra o Dia Mundial da Alimentação e os 20 anos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), gerido pela Conab, o MST enfatiza que as medidas anunciadas pelo governo são insuficientes. Muitas famílias não têm acesso a crédito, estradas adequadas ou recursos hídricos para prosperar em suas terras.
Para o MST, é essencial que o governo se comprometa a fornecer recursos substanciais para criar novos assentamentos da reforma agrária e atender às necessidades de cerca de 60 mil famílias que vivem em acampamentos em todo o país. Esta jornada visa também abrir um diálogo com a sociedade e os governos sobre a importância da alimentação saudável e da reforma agrária.
Este é um chamado à ação, um grito de solidariedade e determinação em busca de um futuro melhor para aqueles que alimentam o Brasil. A luta por terra e comida de qualidade continua.