O Complexo Penitenciário da Papuda, palco de controvérsias e desdobramentos judiciais, tornou-se cenário de mais um acontecimento intrigante. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, solicitou informações detalhadas acerca do falecimento de Cleriston Pereira da Cunha, um homem de 46 anos que estava detido preventivamente por suposta participação nos eventos golpistas de 8 de janeiro.
O trágico incidente ocorreu durante o banho de sol de Cunha, na última segunda-feira (20), quando ele teve um mal súbito, conforme relatado pela administração da unidade prisional. Alexandre de Moraes, atento à sensibilidade do caso, direcionou um pedido à Direção do Centro de Detenção Provisória II, requisitando informações minuciosas sobre o óbito, incluindo cópias do prontuário médico e relatórios dos atendimentos durante sua custódia.
Em despacho, o ministro ressaltou a necessidade de compreender os detalhes que envolvem o falecimento de Cleriston Pereira da Cunha, cujo protocolo no STF é o nº 129.097/2023. A solicitação explicita a urgência em obter esclarecimentos abrangentes sobre os eventos que culminaram na morte do réu.
Segundo a juíza Leila Cury, responsável pela Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, Cunha passou mal por volta das 10h, acionando prontamente o Samu e o Corpo de Bombeiros. Contudo, apesar dos esforços, a reanimação cardiorrespiratória não foi bem-sucedida, resultando no óbito do detento.
A magistrada informou ao STF que Cleriston recebia cuidados médicos regulares, incluindo medicação controlada para diabetes e hipertensão, além do acompanhamento de uma equipe médica. Em abril, seu advogado, Bruno Azevedo de Souza, já havia mencionado um quadro de vasculite de múltiplos vasos e miosite, condições decorrentes da covid-19, evidenciando a complexidade da saúde do acusado.
Cleriston Pereira da Cunha foi detido em flagrante no dia 9 de janeiro, tendo sua prisão posteriormente convertida para preventiva. As acusações incluíam associação criminosa armada, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
O desfecho deste trágico episódio levanta questionamentos sobre as condições de saúde dos detentos e a responsabilidade do sistema prisional, ao mesmo tempo em que o STF busca esclarecimentos minuciosos para entender os acontecimentos que cercam a morte de Cleriston Pereira da Cunha.