Milícias e Violência no Rio de Janeiro: Análise Aprofundada

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Perguntas e Respostas para Compreender a Complexa Crise de Segurança

No dia 23 de outubro, o Rio de Janeiro testemunhou um violento episódio que agravou ainda mais a crise de segurança pública no estado. Trinta e cinco ônibus e um trem foram incendiados por criminosos, um ataque atribuído à morte de um miliciano em uma operação da Polícia Civil no mesmo dia. Especialistas afirmam que esse evento é um reflexo das atividades das milícias em áreas carentes e das mudanças recentes no cenário do crime organizado no Rio.

1. O Cenário em Mudança: A crise no Rio de Janeiro se deve, em parte, à entrada de traficantes na disputa que dividiu a maior milícia do estado. No entanto, a crise também é alimentada por outros fatores, incluindo questões políticas. A decisão de encerrar a Secretaria de Segurança em 2019, buscando atender a compromissos políticos com a polícia, foi criticada por especialistas em segurança pública. Isso resultou em políticas de segurança menos estruturadas, com foco em operações de visibilidade e menos eficazes em desmantelar o crime organizado.

2. Eventos Anteriores: O ataque aos ônibus na semana passada foi apenas o ápice de uma série de episódios violentos que ocorreram no Rio nos últimos meses. Estes incluíram treinamento militar de traficantes, ataques a ônibus e até mesmo assassinatos envolvendo médicos. Esses eventos destacam a crescente instabilidade e violência na cidade.

3. Origem das Milícias: As milícias, originalmente formadas por policiais, bombeiros e membros das Forças Armadas, ganharam força no início dos anos 2000. Sua ascensão está ligada a uma longa história de grupos de extermínio e violência policial na periferia do Rio. Esses grupos passaram a explorar negócios e a ganhar poder político em áreas onde atuavam.

4. Guerra entre Milicianos e Traficantes: Até 2021, a zona oeste do Rio era controlada pelo Bonde do Ecko, uma das maiores milícias do estado. No entanto, divisões internas levaram a uma guerra entre milicianos, e o Comando Vermelho se aliou a algumas milícias na região. Isso aprofundou a penetração do tráfico de drogas em comunidades da zona oeste.

5. Infraestrutura Estatal e Milicianização: A milicianização do Rio está intrinsecamente ligada à proximidade do Estado. A ação ou omissão de agentes estatais nas comunidades carentes é fundamental para o sucesso das milícias. Os milicianos muitas vezes têm conexões e treinamento dentro do aparato estatal, o que os torna mais poderosos. O assédio do tráfico à polícia, com ofertas de corrupção, é uma prática recorrente.

6. Risco de “Mexicanização”: Embora o Rio de Janeiro ainda não tenha alcançado o grau de violência encontrado em lugares como Ciudad Juarez, México, a crescente violência e o envolvimento do Estado no crime organizado geram preocupações sobre a possibilidade de uma “mexicanização” da cidade. A presença cada vez maior do crime organizado e a necessidade de permissão dos grupos para entrar em comunidades são sinais preocupantes.

7. Envolvimento das Forças Armadas: O uso das Forças Armadas na segurança pública do Rio já ocorreu em crises anteriores. No entanto, desta vez, o envolvimento militar tende a ser menor, devido a preocupações políticas e tensões entre o governo e as Forças Armadas.

8. Papel da Política Local: A extinção da Secretaria de Segurança em 2019, dando autonomia às polícias Civil e Militar, é um ponto de controvérsia. Especialistas argumentam que essa mudança resultou em políticas de segurança menos eficazes. No entanto, autoridades políticas locais não consideram que o fim da Secretaria tenha contribuído para a atual crise.

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