Os metroviários de São Paulo, em uma decisão estratégica, optaram por não aderir a uma nova greve na próxima terça-feira (31). Em vez disso, eles afirmaram que continuarão sua batalha contra privatizações, terceirizações e demissões, em conjunto com outras categorias, desafiando as políticas do governo liderado por Tarcísio de Freitas (Republicanos). O caminho a seguir será deliberado em uma assembleia no dia 31.
Essas decisões surgiram após uma série de punições por parte do Metrô, que demitiu cinco funcionários e suspendeu outros quatro devido a uma paralisação inesperada de três horas ocorrida no feriado de 12 de outubro.
Dos suspensos, três, membros do Sindicato dos Metroviários, enfrentam uma suspensão sem remuneração enquanto aguardam um inquérito no Tribunal Regional do Trabalho, que decidirá se a demissão é justificada, considerada uma “falta grave” pelo Metrô. O sindicato, por sua vez, já os considera demitidos e denuncia essas medidas como “arbitrárias” e “antissindicais”.
A proposta de uma paralisação no dia 31 foi apresentada como uma resposta àquilo que o sindicato nomeou como “clara retaliação” do governo Tarcísio à luta dos trabalhadores contra as privatizações.
A presidenta do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa, respeitou a decisão da categoria e enfatizou o orgulho pela disposição de mais de 85% dos trabalhadores em ampliar a luta unificada contra as privatizações, terceirizações e demissões.
Além dos metroviários, outros setores se juntaram à causa. O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) anunciou que também participará da campanha e planeja uma nova paralisação conjunta no próximo mês.
Narciso Soares, vice-presidente do Sindicato dos Metroviários e um dos suspensos pela empresa estatal, ressaltou a importância da unidade entre os setores: “É a única chance que a gente tem de vencer a luta contra a privatização: unir todos os setores.”
