Centenas de manifestantes se reuniram em frente à embaixada do Reino Unido em Brasília nesta segunda-feira, em um ato organizado pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) para pressionar as autoridades britânicas a responsabilizarem a empresa BHP Billiton, que é uma das proprietárias da Samarco, pela tragédia do rompimento da barragem de Mariana, ocorrida em 5 de novembro de 2015.
A manifestação simbólica teve como pano de fundo uma série de processos judiciais em andamento no Reino Unido contra a BHP. O valor das indenizações pleiteadas ultrapassa R$ 230 bilhões, com o julgamento programado para outubro de 2024.
Os manifestantes, como parte do ato, cobriram seus corpos com lama, representando visualmente as consequências desastrosas do rompimento da barragem para as comunidades ao longo da bacia do Rio Doce. Durante o protesto, um documento foi entregue à embaixada britânica, solicitando um diálogo construtivo entre os afetados e os representantes da embaixada, com o objetivo de assegurar os direitos das vítimas.
Este ato é parte da jornada de mobilização dos membros do MAB em Brasília, que começou no último sábado (4), buscando garantir políticas públicas que protejam a vida e os direitos fundamentais das comunidades afetadas por barragens.
O coordenador nacional do MAB, Heider Barbosa, afirmou: “Nosso pedido aqui hoje é que a Embaixada do Reino Unido interceda e dialogue com os afetados no Brasil, a fim de que a empresa BHP seja responsabilizada de forma exemplar em seu país de origem, perante a justiça de Londres, onde um julgamento está previsto para outubro do próximo ano.”
O desastre de Mariana, que completou oito anos no último domingo, é considerado pelo MAB como o maior crime ambiental da história do Brasil e o maior desastre de mineração global. Os impactos afetaram diretamente milhares de pessoas e resultaram na perda de 19 vidas, enquanto as vítimas continuam aguardando a devida reparação.