‘Luta pela sobrevivência em Gaza: falta de comida e água aterroriza palestinos,’ afirma ativista

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O cerco implacável de Israel à Faixa de Gaza não só ameaça vidas com bombardeios incessantes, mas também com a escassez crítica de alimentos, água e remédios, alertou Yasmeen El-Hasan, militante da União dos Comitês de Trabalhos Agrícolas na Palestina.

“Mesmo que resistam aos ataques aéreos, os habitantes de Gaza temem agora morrer de inanição e sede”, expressou ela. “Israel está usando claramente essa estratégia como uma arma de guerra.”

Antes dos eventos de 7 de outubro, data do ataque do Hamas que provocou a escalada militar israelense, a qualidade da água já estava comprometida. Atualmente, a água disponível não é segura nem mesmo para tarefas básicas, como banho e higiene das mãos, tornando-se uma fonte de infecções.

A escassez obriga as pessoas a consumirem qualquer líquido disponível, visto que a maior parte da infraestrutura de água e saneamento foi destruída por Israel, com o propósito aparente de forçar os palestinos a desistirem de suas terras.

“Suas vidas, meios de subsistência e futuro foram deliberadamente prejudicados. É uma crise humanitária orquestrada por um governo contra uma população oprimida”, denunciou El-Hasan durante um webinar promovido pelo movimento popular Via Campesina, que contou com a presença de representantes de organizações palestinas.

Sem recursos básicos

A decisão de Israel de impedir a entrada de suprimentos em Gaza ao mesmo tempo em que intensifica os ataques aéreos levou a Organização das Nações Unidas (ONU) a prever uma “avalanche sem precedentes de sofrimento humano”. Com a falta de água potável, as pessoas recorrem a água contaminada ou salgada.

Além da água, a falta de eletricidade, gás e combustíveis resultou no fechamento de vários hospitais em Gaza. Muitas cirurgias de emergência estão sendo realizadas sem as condições necessárias, incluindo anestesia.

Na tentativa de conter o massacre em Gaza, o Conselho de Segurança da ONU irá debater medidas de pressão sobre Israel. Os Estados Unidos, um aliado-chave de Israel com direito a veto no Conselho, se opõem a qualquer resolução nesse sentido. As operações militares israelenses se intensificaram na última sexta-feira, com a entrada de tropas terrestres no território palestino.

Contexto histórico

A questão israelo-palestina tem raízes profundas na forma como o Estado de Israel foi estabelecido em 1948, com questões não resolvidas, como a criação de um Estado árabe na região da Palestina, o confisco de terras e a expulsão de palestinos que se tornaram refugiados nos países vizinhos.

A decisão de criar os dois Estados foi tomada pela Organização das Nações Unidas (ONU) sem o consentimento de diversos países árabes, o que gerou conflitos contínuos na região.

Ao longo das décadas, a ocupação israelense nos territórios palestinos, apoiada pelos EUA, tornou-se mais opressiva, incentivando o surgimento de movimentos de resistência. Apesar de várias tentativas de acordos de paz, o Tratado de Oslo na década de 1990 previa o fim da ocupação militar israelense. No entanto, a oposição tanto em Israel quanto entre grupos palestinos, como o Hamas, resultou em desafios contínuos.

Em 7 de outubro de 2023, o Hamas lançou uma operação de grande escala, invadindo o território israelense e causando um grande número de mortes e reféns. A resposta israelense tem sido brutal, com ataques aéreos constantes e o corte no fornecimento de água e eletricidade, medidas que foram consideradas desproporcionais e criticadas internacionalmente por organismos internacionais.

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