No retorno marcante de Luiz Inácio Lula da Silva à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), duas décadas após seu primeiro discurso na mesma plataforma, o presidente brasileiro apresentou uma visão apaixonada e determinada do Brasil e suas responsabilidades globais.
Em um discurso de 21 minutos, Lula enfatizou a urgência de combater a desigualdade como a principal prioridade global. Ele declarou que é fundamental reintegrar os pobres nos orçamentos nacionais e impor impostos proporcionais à riqueza dos mais abastados. Lula também prestou condolências às vítimas de tragédias no Marrocos e Líbia, bem como às vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul.
O momento mais aplaudido foi quando Lula proclamou que “o Brasil está de volta,” sinalizando um retorno à cena internacional com uma voz forte e assertiva. Ele também relembrou seu discurso há duas décadas, quando a fome era o principal tópico, destacando que agora 735 milhões de pessoas enfrentam a fome, enquanto os bilionários acumulam riqueza que ultrapassa a dos 40% mais pobres do mundo.
Lula ressaltou a necessidade de superar a resignação diante da injustiça global e destacou a falta de vontade política das principais nações em abordar a desigualdade.
Fernanda Magnotta, professora de Relações Internacionais na FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado), analisou o discurso como cumprindo as expectativas. Ela observou que além de proclamar o Brasil está de volta, Lula enfatizou a ambição global do Brasil e sua busca por uma reorganização das estruturas de governança global. Ele também vinculou consistentemente a crise climática e a pobreza à desigualdade, tentando revisar a agenda global.
Este discurso apaixonado de Lula na ONU reflete uma visão robusta do Brasil no cenário internacional e um apelo urgente à ação contra a desigualdade global, enquanto ressoa com os princípios do ex-presidente e sua paixão pelo bem-estar das massas.