Marine Le Pen pode enfrentar pena de prisão e inelegibilidade
Em um desenvolvimento que sacode a paisagem política francesa, a líder da extrema direita, Marine Le Pen, enfrenta sérias acusações de uso indevido de recursos da União Europeia (UE). A promotoria de Paris emitiu uma recomendação para que a deputada federal e outros 23 membros de seu partido sejam julgados por suspeita de desvio de fundos da UE.
A investigação, que se estendeu por sete anos, visava determinar se o partido de Le Pen, na época chamado Frente Nacional, teria desviado dinheiro destinado a cobrir despesas de pessoal no Parlamento Europeu para outros fins. Agora, cabe aos juízes decidirem se o processo será aberto com base nessas acusações.
As consequências de um julgamento bem-sucedido seriam significativas para Marine Le Pen. Se condenada, ela poderia enfrentar uma pena de até dez anos de prisão, além de uma multa de 1 milhão de euros e ficar inelegível por uma década. Apesar de suas derrotas nas eleições presidenciais de 2017 e 2022 para o atual presidente Emmanuel Macron, Le Pen ainda é considerada uma forte candidata para futuras eleições.
Os eurodeputados recebem financiamento para cobrir uma série de despesas, incluindo salários de assistentes e viagens. No entanto, de acordo com as regras da UE, esses recursos não podem ser desviados para financiar atividades partidárias, como campanhas eleitorais e ações políticas.
Le Pen e seu partido refutam as alegações, contestando a interpretação dos promotores. Eles negam qualquer irregularidade e argumentam que todas as atividades de seus eurodeputados são de natureza “partidária”. O partido emitiu um comunicado afirmando que há um mal-entendido sobre o trabalho dos parlamentares e seus assistentes, que, segundo eles, é essencialmente de natureza política.
Os promotores conduziram uma extensa investigação, analisando a situação de 49 assistentes parlamentares ao longo de três mandatos, de 2004 a 2016. A suspeita surgiu a partir de um relatório do Parlamento, que indicava que alguns assistentes parlamentares ocupavam posições de destaque dentro do partido, o que parecia ser inconsistente com uma ocupação em tempo integral no Parlamento.
Um dos acusados é Jean-Marie Le Pen, pai de Marine Le Pen e fundador do partido de extrema direita, atualmente conhecido como Reunião Nacional.