Líbia iniciará investigação sobre rompimento de duas barragens após mais de 12 mil mortos

As autoridades da LÍBIA disseram no sábado que haverá uma investigação sobre o rompimento das duas barragens que inundaram uma área local e podem ter matado até 20 mil pessoas.

O procurador-geral Al-Siddiq al-Sour afirmou, num comunicado divulgado pela agência oficial de notícias Lana, que o objetivo é determinar se houve corrupção ou negligência após anos de deterioração por falta de manutenção.

Sour disse que a investigação analisará o papel dos sucessivos governos para determinar se alguma negligência levou à tragédia.

Ele acrescentou que a investigação também se concentrará no dinheiro aprovado e gasto na manutenção de ambos os locais.

Sabe-se que quase 12.000 pessoas morreram após o rompimento das duas barragens, após fortes chuvas causadas pela tempestade Daniel, que levaram a fortes inundações e devastaram a cidade líbia de Derna.

As autoridades dizem que cerca de 10.000 pessoas ainda estão desaparecidas.

Cerca de 1.500 edifícios também foram danificados ou destruídos em Derna.

Uma equipa do Governo de Unidade Nacional, que controla a parte ocidental do país, afirmou que 891 edifícios foram completamente destruídos, 211 parcialmente e 398 ficaram cobertos de lama após o rompimento das duas barragens.

Entretanto, os serviços de segurança continuam os procedimentos de enterro em massa dos mortos depois de documentarem as suas fotografias e recolherem amostras de ADN para posterior identificação.

A Organização Internacional para as Migrações anunciou que cerca de 38.640 pessoas foram deslocadas nas áreas mais afetadas pelas cheias.

Enquanto a busca pelos desaparecidos depois de Daniel continua, as vozes de protesto crescem nesta nação devido à falta de preparação e à apropriação indevida de fundos.

O Estado rico em petróleo está em crise desde 2011, quando a administração norte-americana de Barack Obama lançou um ataque à Líbia que levou ao assassinato do líder de longa data do país, Muammar Gadaffi.