O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se prepara para um desfecho que pode redefinir o futuro político do ex-presidente Jair Bolsonaro. O julgamento que apura alegado abuso de poder político e econômico nas eleições, relacionado às comemorações do Bicentenário da Independência em 7 de setembro de 2022, entra em uma fase decisiva.
Até o momento, a balança das decisões pendeu de maneira equilibrada, com dois ministros a favor da condenação e um contra. Na semana passada, o ministro Benedito Gonçalves, relator do processo, emitiu um voto favorável à condenação, contando com o apoio do ministro Floriano Marques. Em oposição, o ministro Raul Araújo lançou seu voto contrário. A contenda central se concentra na possível utilização da estrutura oficial das celebrações para fins de campanha eleitoral.
Durante o 7 de Setembro do ano passado, o então presidente participou do desfile oficial em Brasília e, posteriormente, proferiu um discurso de cunho eleitoral em um trio elétrico próximo. Mais tarde, no Rio de Janeiro, assistiu a apresentações das Forças Armadas e fez um segundo discurso com teor de campanha.
No seu parecer, o ministro Benedito Gonçalves alegou que a linha entre a celebração cívica e a campanha eleitoral se esfumou, resultando em um dano incalculável. Por outro lado, o ministro Raul Araújo argumentou que os eventos do 7 de Setembro e da campanha foram distintos e bem separados.
O candidato a vice na chapa de Bolsonaro, Walter Braga Netto, também está envolvido no processo, embora o Ministério Público Eleitoral tenha defendido sua absolvição, citando a falta de provas de sua participação direta.
Este julgamento se desenrola em meio a outros processos que podem influenciar o futuro político do ex-presidente. Resta saber como essa narrativa se desdobrará nas próximas semanas e como moldará o cenário político do Brasil.