Em um impasse que afeta diretamente o cenário humanitário na Faixa de Gaza, Israel permanece inflexível quanto à abertura da fronteira com o Egito. A situação, reportada pelo jornal The Guardian, representa um revés nas esperanças de formar um corredor humanitário que permitiria a evacuação de civis no sul de Gaza.
O Ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry, expressou a preocupação de que Israel ainda não tenha tomado uma decisão favorável à abertura da fronteira com Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Este cenário é especialmente preocupante, uma vez que havia uma expectativa de que um corredor humanitário fosse estabelecido nesta segunda-feira (16 de outubro de 2023) para permitir que os civis deixassem a região.
O The Guardian relata que, apesar de um movimento de caminhões de combustível com bandeira da ONU na manhã de segunda-feira, a passagem entre o Egito e a Faixa de Gaza permaneceu fechada.
No dia anterior (15 de outubro), Celso Amorim, assessor especial da Presidência da República do Brasil, destacou a dependência de um acordo entre Israel, Egito e Estados Unidos para a criação do corredor humanitário na Faixa de Gaza e a repatriação dos brasileiros presentes na região.
Amorim enfatizou os esforços empreendidos pelo governo brasileiro para viabilizar o transporte, tanto logisticamente quanto politicamente, e agora aguarda uma resolução que permita a passagem dos brasileiros do sul de Gaza para o Egito, de onde serão posteriormente repatriados ao Brasil. A boa relação diplomática entre o Brasil e o Egito é uma carta na manga que pode ser decisiva nesse contexto.
A retenção da fronteira por parte de Israel implica sérias consequências humanitárias, não apenas para os brasileiros, mas também para a população em Gaza que enfrenta uma situação complexa e instável.