Infância Dilacerada: Os Impactos da Guerra Israel-Hamas

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Rafah, no sul de Gaza, é palco de uma narrativa que ilustra a trágica realidade das crianças palestinas desde o início da escalada do conflito entre o grupo militante Hamas e Israel. Julia, com apenas 18 meses, é resgatada dos destroços de um prédio destruído, um ato de desespero em meio ao caos. Sua irmã, Joury, de cinco anos, já estava sob cuidados médicos. A imagem do reencontro emocionante, onde Joury chora de alívio ao ver sua irmã sobreviver, é uma síntese do trauma que a guerra impõe às crianças.

Elas almoçavam com a família quando o prédio vizinho foi atingido, deixando-as feridas na cabeça e profundamente traumatizadas. Os números são assombrosos: segundo dados do Ministério de Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, 3.542 crianças perderam a vida no conflito, correspondendo a cerca de 40% das mortes totais, que atingiram 8.525 pessoas. Israel alega que o Hamas utiliza civis como “escudos humanos”, escondendo armas em locais civis.

Em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, Catherine Russell, diretora-executiva da Unicef, revelou a dimensão trágica da situação, com 420 crianças feridas ou mortas em Gaza a cada dia, aproximadamente uma a cada cinco minutos. Além disso, a violência se estendeu para a Cisjordânia ocupada e Jerusalém Oriental, onde 37 crianças teriam sido mortas.

Do lado israelense, mais de 30 crianças perderam a vida, e cerca de 20 permanecem reféns em Gaza. O custo dessa escalada, como apontou Russell, será medido nas vidas das crianças, marcadas para sempre pelo trauma.

A agência da ONU para refugiados palestinos, UNRWA, descreve a situação como “intolerável”. Os bombardeios, ordens de evacuação e o cerco de Israel são considerados “deslocamento forçado” e “punição coletiva”. O número de crianças mortas em Gaza em apenas três semanas supera o total de crianças mortas anualmente em zonas de conflito desde 2019, uma realidade que não pode ser vista como “dano colateral”.

A UNRWA enfrentou perdas significativas, com 64 funcionários falecendo, incluindo uma família inteira. Os moradores de Gaza se sentem desumanizados e equiparados ao Hamas, apesar das atrocidades do grupo militante. Philippe Lazzarini, diretor da UNRWA, insta o Conselho de Segurança a mudar o rumo da crise, enfatizando a necessidade de um cessar-fogo humanitário imediato.

O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, questionou a representação da situação em Gaza pelas agências da ONU, alegando que aceitaram alegações das autoridades palestinas controladas pelo Hamas. Lazzarini, da UNRWA, reitera a importância de um fluxo contínuo de ajuda humanitária.

A população de Gaza sofre com a falta de suprimentos, racionando comida e água. As crianças não têm acesso à água potável, o que evidencia a extensão da crise humanitária. O saque de armazéns da UNRWA é um sinal preocupante de que a ordem civil está deteriorando. Israel continua bloqueando a entrada de suprimentos, alegando preocupações sobre o uso pelo Hamas.

Enquanto a ajuda humanitária é aguardada, a população de Gaza clama por um corredor de ajuda sustentável. A situação é desesperadora, com pessoas enfrentando escassez de alimentos e água, resultando em atos de desespero. A violência persiste, e a esperança de um cessar-fogo humanitário imediato é um pedido urgente.

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