Gastos Políticos: PL Desembolsa R$ 870 Mil em Salários a Bolsonaro, Michelle, Braga Netto e Assessores

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O Partido Liberal (PL) surge sob os holofotes devido a despesas que somam impressionantes R$ 870 mil em salários pagos a figuras de destaque, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, e o ex-ministro Walter Braga Netto, juntamente com outros onze assessores diretamente ligados a eles. Uma análise minuciosa dos registros do partido junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo UOL revelou esses gastos notáveis, financiados pelo Fundo Partidário, que destina recursos públicos para suportar as operações partidárias e, em anos eleitorais, as campanhas.

Os Custos de Bolsonaro e Sua Equipe no PL

No período de janeiro a junho, Bolsonaro, Michelle e cinco colaboradores que trabalharam diretamente com o ex-presidente na Presidência da República receberam um total de R$ 353 mil líquidos (remuneração após descontos). Os salários variam entre R$ 30,4 mil (a remuneração de Bolsonaro e Michelle) e R$ 7.800. O PL, no entanto, ainda não prestou contas dos valores pagos a eles no segundo semestre.

O compromisso de Valdemar da Costa Neto, presidente nacional do PL, foi de remunerar essas figuras equiparadamente a cargos públicos. O salário de Bolsonaro, por exemplo, equivale ao dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Em adição a esses valores, Bolsonaro acumula aposentadorias como capitão do Exército da reserva e deputado federal, totalizando R$ 34 mil mensais, enquanto a renda familiar dele e de Michelle chega a R$ 95 mil mensais.

Braga Netto e Sua Equipe

Walter Braga Netto, vice na chapa de Bolsonaro na última eleição, e cinco aliados do general receberam um total de R$ 416 mil no primeiro semestre. A maioria deles trabalhou com Braga Netto nos ministérios da Defesa e da Casa Civil, incluindo seu gabinete pessoal. Também na lista está o tesoureiro da campanha de Bolsonaro e Braga Netto em 2022, o coronel da reserva Marcelo Lopes de Azevedo, que recebeu R$ 101 mil em salários.

Implicações e Repercussões

Embora esses gastos não violem nenhuma lei, eles chamam a atenção devido à contradição com declarações anteriores de Bolsonaro, que chegou a apoiar a campanha “não vote em quem usa o fundão [eleitoral]”, que se refere a verba pública distribuída a partidos para financiar campanhas. O Fundo Partidário é um importante recurso público destinado a apoiar as atividades dos partidos políticos, e sua distribuição reflete o tamanho das siglas na Câmara dos Deputados.

A reportagem do UOL procurou Fabio Wajngarten, advogado e assessor de Bolsonaro, que afirmou que o ex-presidente não faria comentários sobre os gastos, pois o PL responderia às perguntas. No entanto, até o momento, o partido não respondeu às indagações.

Pagamentos Durante Viagem aos EUA

Outro ponto notável é que mais de 70% dos pagamentos feitos a cinco assessores de Bolsonaro, que totalizaram R$ 145,4 mil entre janeiro e junho, ocorreram enquanto o ex-presidente estava nos Estados Unidos. Bolsonaro passou três meses nos EUA, partindo em 30 de dezembro, o que levanta questionamentos sobre os salários pagos durante sua permanência fora do Brasil.

Esses assessores incluem Tércio Arnaud Tomaz, apontado como chefe do Gabinete do Ódio e investigado no inquérito das milícias digitais no STF. Também na folha de pagamento do PL estão Bianca Diniz Arnaud e Patrícia Broetto Arantes, ambos com histórico de trabalhos com Bolsonaro.

Braga Netto: Gastos com a Equipe

Walter Braga Netto, por sua vez, viu ao menos cinco de seus ex-assessores no Ministério da Defesa, incluindo quatro militares, custarem R$ 266 mil até junho. Três deles receberam remunerações substanciais, totalizando quase R$ 75 mil em cinco meses. Esses gastos levantam questões sobre o financiamento das atividades dos assessores ligados a Braga Netto.

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