O grupo de nações do G20 concordou em conceder à União Africana a adesão permanente ao bloco.
O anúncio de hoje veio antes da cimeira de dois dias do G20, que terá início em 9 de setembro.
A medida daria ao sindicato de 55 membros o mesmo status no bloco que a União Europeia.
A União Africana é actualmente designada como uma “organização internacional convidada” e com a nova designação tornar-se-ia um membro pleno e permanente do G20.
O bloco compreende atualmente 19 países mais a UE.
O G20 também convidou nove países terceiros a participar na cimeira, incluindo o Bangladesh, Singapura, Espanha e Nigéria, bem como as Nações Unidas, a Organização Mundial de Saúde, o Banco Mundial e o FMI.
O G20 reúne as principais economias desenvolvidas e em desenvolvimento do mundo e representa cerca de 85 por cento do Produto Interno Bruto global, mais de 75 por cento do comércio global e cerca de dois terços da população mundial.
Reúne-se num momento de areias movediças nas relações globais.
A 15ª Cimeira dos Brics na África do Sul, durante o mês de Agosto, foi amplamente vista como um momento decisivo nas relações económicas internacionais, uma vez que os membros existentes – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – convidaram mais seis nações a juntarem-se às suas fileiras.
Arábia Saudita, Irão, Etiópia, Argentina e Emirados Árabes Unidos deverão juntar-se ao grupo em Janeiro do próximo ano.
O bloco já representa mais de 40 por cento da população mundial e é visto como um contrapeso ao domínio económico e militar dos Estados Unidos.
A cimeira do G20 será um ato diplomático de alta tensão devido à guerra na Ucrânia.
Nenhuma das reuniões do G20 realizadas este ano produziu um comunicado que criticasse a invasão da Rússia, sendo a Rússia um membro e muitos países do Sul global, incluindo a China, a Índia, o Brasil e a África do Sul, a recusarem tomar partido.
O presidente russo, Vladimir Putin, não estará presente e o presidente chinês, Xi Jinping, também não, embora ambos estejam enviando representantes.
Mas para um grande número de nações em desenvolvimento, lidar com conflitos locais e fenómenos climáticos extremos é uma prioridade maior do que a guerra na Ucrânia.
Um relatório da Economist Intelligence Unit de Março sugeriu um apoio crescente a Moscovo por parte do mundo em desenvolvimento, com o número de países que condenam activamente a Rússia a cair de 131 para 122.
“Algumas economias emergentes mudaram para uma posição neutra”, observou.
O número de países que se inclinam para a Rússia saltou de 29, há um ano, para 35, afirmou. O Mali e o Burkina Faso passaram para este grupo, destacando a crescente influência de Moscovo em África.
Source: https://www.morningstaronline.co.uk/article/g20-agree-permanent-membership-african-union