O mundo do futebol testemunha uma mudança sísmica em seu panorama de transferências, à medida que atletas em seu auge abandonam a Europa rumo à Liga Saudita. A grande maioria destes jogadores compartilha a fé muçulmana.
A atual guerra no Oriente Médio joga luz sobre as disparidades no tratamento de atletas muçulmanos no futebol.
Clubss europeus, incluindo o poderoso Bayern de Munique, emitiram suspensões ou abriram investigações contra jogadores muçulmanos que se manifestaram em apoio à causa palestina.
O caso do atacante Karim Benzema é exemplar. Agora atuando na Arábia Saudita, ele enfrenta acusações na França de ligações com a Irmandade Muçulmana, uma organização política e religiosa considerada terrorista em várias nações do Oriente Médio. O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, afirmou que “o senhor Benzema tem uma ligação notória, como todos sabemos, com a Irmandade Muçulmana”. Apesar disso, Darmanin não forneceu detalhes.
Surpreendentemente, mesmo clubes fora do continente europeu, como o Celtic, na Escócia, não hesitaram em agir de maneira semelhante. Após seus torcedores exibirem faixas com a mensagem “Palestina Livre!” no dia 7 de outubro, o clube condenou a exibição.
Contudo, nos países muçulmanos, o tom é de apoio incondicional à Palestina. A Federação Argelina de Futebol suspendeu todas as suas competições em solidariedade ao povo palestino. Durante a data FIFA, a bandeira palestina se tornou uma presença marcante.
A atração exercida pela Arábia Saudita sobre jogadores não se limita à religião; os salários substanciais também desempenham um papel crucial.
Alguns jogadores, no entanto, expressaram que a fé desempenhou um papel determinante em sua escolha de transferência. Sadio Mané, que trocou o Bayern de Munique pelo Al Nassr, afirmou: “Minha família ficou muito feliz porque é um país muçulmano. Minha mãe foi a primeira a dizer para eu ir. É importante para a minha fé.”
Casos de islamofobia sempre existiram no futebol europeu. Uma liga alternativa forte onde jogadores muçulmanos possam demonstrar seu talento, sem dúvida, é uma vantagem considerável. Isso se torna ainda mais relevante em um momento em que os clubes deixam claro seu posicionamento em um conflito tão complexo.