A violência na Faixa de Gaza atinge em cheio a vida de Hasan Rabee, um brasileiro-palestino que havia retornado para visitar sua família. Nesta sexta-feira (20), a Embaixada do Brasil na Palestina relatou que a família de Rabee foi vítima de um terrível bombardeio no norte da Faixa de Gaza.
Seu primo, sua esposa, e todos os filhos e netos do casal foram atingidos por um ataque aéreo que destruiu por completo o edifício onde viviam. Hasan Rabee, de 30 anos, desabafou diante da tragédia, afirmando: “Não sei quantas crianças têm de morrer para que essa guerra e esses ataques contra civis na Faixa de Gaza parem”.
Rabee, que é naturalizado brasileiro, vive e trabalha em São Paulo há uma década, tendo deixado a Palestina devido aos conflitos com Israel. Há apenas 12 dias, ele havia chegado à Faixa de Gaza para visitar sua família, trazendo consigo suas duas filhas, de três e seis anos, e sua esposa, também brasileira.
A situação na Faixa de Gaza é extremamente crítica, com um total de 60 mortes resultantes deste último ataque e um sombrio balanço de cerca de 350 mortes ocorridas entre quinta-feira (19) e esta sexta-feira (20). Desde o início da ofensiva israelense em 7 de outubro, 4.137 pessoas perderam a vida em Gaza, conforme informações das autoridades locais.
A situação humanitária é desesperadora, com dados da Organização das Nações Unidas (ONU) revelando que os residentes da Faixa de Gaza têm acesso a apenas 3 litros de água por dia, o que representa apenas 6% do mínimo necessário. Segundo a ONU, cada pessoa necessita de um mínimo de 50 a 100 litros de água diariamente. É importante ressaltar que Israel interrompeu o fornecimento de água na região em 7 de setembro. A Faixa de Gaza abriga 2,5 milhões de palestinos em um território de 300 quilômetros quadrados. A ONG Action Against Hunger alerta que os palestinos na região estão à beira de uma “crise de saúde explosiva”.
Esta tragédia destaca a urgência de uma resolução pacífica para o conflito entre Israel e Palestina, que perdura por décadas e continua a custar vidas humanas e a agravar o sofrimento da população civil na região. A comunidade internacional segue pressionando por um cessar-fogo e uma solução duradoura para esse conflito.
