No cenário deslumbrante da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ), o que deveria ser uma tranquila madrugada se transformou em um pesadelo. Três médicos, Diego Ralf Bomfim, Marcos de Andrade Corsato e Perseu Ribeiro Almeida, foram alvejados a tiros por três homens em um quiosque à beira-mar. Apenas Daniel Sonnewend Proença sobreviveu, lutando pela vida em um hospital particular. A execução brutal abalou o Brasil e provocou uma onda de solidariedade e exigências por respostas rápidas.
O triste episódio ganha ainda mais peso devido à identidade de uma das vítimas, Diego Ralf Bomfim, de 35 anos, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP). A notícia da tragédia reverberou nas redes sociais, com políticos e figuras públicas expressando choque e indignação.
A execução ocorreu na calada da noite, pouco antes da 1h da manhã. Três homens vestidos de preto desceram de um carro branco e se aproximaram dos médicos no quiosque, sem anunciar um assalto, e abriram fogo. A ação durou menos de um minuto, mas deixou um rastro de pelo menos 20 tiros, indicando que se tratava de uma execução planejada.
A Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ) e a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) estão investigando o caso, que apresenta claros indícios de uma execução. A tragédia ganhou a atenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que prestou solidariedade às famílias das vítimas e anunciou que a Polícia Federal (PF), sob a supervisão do ministro Flávio Dino, está acompanhando de perto as investigações.
Geraldo Alckmin, vice-presidente da República, expressou seu pesar pelas mortes e pediu uma rápida resolução do caso. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou a violência dos assassinatos e elogiou a deputada Sâmia Bomfim como uma parlamentar valente.
Enquanto isso, Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, relembrou a execução de sua irmã, a vereadora Marielle Franco, também no Rio de Janeiro, em 2018, e expressou sua solidariedade. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pediu uma identificação rápida dos responsáveis.
Parlamentares também se manifestaram. Guilherme Boulos (PSOL-SP) classificou o crime como uma “barbárie” e exigiu uma investigação completa. Chico Alencar (PSOL-RJ) e Duda Salabert (PDT-MG) pediram que as motivações do crime fossem esclarecidas e que a justiça fosse feita.
A deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) também solicitou uma investigação rápida e comprometida com a justiça. Os médicos não eram do Rio de Janeiro; eles estavam na cidade para o 6º Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo, hospedados no Hotel Windsor, que sedia o evento e fica em frente ao local do ataque.
A notícia foi recebida com pesar pela comunidade médica. O Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) lamentou profundamente as mortes e estendeu suas condolências às famílias das vítimas.
O PSOL também emitiu uma nota expressando solidariedade e exigindo uma investigação rigorosa. O crime abalou o país e trouxe à tona a necessidade de esclarecer esse terrível episódio e garantir que os responsáveis sejam levados à justiça.