Entregadores de Aplicativos Realizam Greve em Busca de Melhores Condições de Trabalho

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Em meio ao impasse em torno da regulamentação do trabalho nos aplicativos de entrega no Brasil, os entregadores planejam uma manifestação marcante nesta sexta-feira (29) para reivindicar melhores condições de trabalho. Com a hashtag #baratoquesaicaro, esses trabalhadores estão mobilizando uma ação que inclui vídeos destacando os desafios mortais da profissão e pedindo aos restaurantes que apoiem um boicote durante os dias de greve.

A manifestação terá início em São Paulo, em frente à Bolsa de Valores (Bovespa), às 9 horas, e posteriormente, diante da sede do iFood, a partir das 12h30. No final do dia, uma projeção holográfica está prevista para as 18 horas, a fim de denunciar as condições precárias enfrentadas por essa categoria. Além disso, a manifestação visa chamar a atenção para a insegurança nas ruas e as frequentes tragédias no trânsito.

No Rio de Janeiro, a paralisação ocorrerá a partir das 9 horas, com um ponto de encontro na Igreja da Candelária, no centro da cidade.

O impasse não se limita apenas às questões salariais, mas também à definição do que é considerado tempo de trabalho, conhecido como ‘hora logada’. Para as empresas e, aparentemente, para o governo federal, apenas o período em que o entregador está efetivamente fazendo uma entrega é considerado tempo de trabalho.

No entanto, os entregadores e motoristas argumentam que o tempo de trabalho começa no momento em que eles ficam disponíveis na plataforma, assim como um garçom não é remunerado apenas pelo tempo gasto atendendo uma mesa. Segundo informações apuradas pelo Brasil de Fato, está sendo considerada uma remuneração mínima de R$30 por hora para motoristas de transporte individual e R$17 para entregadores de moto. No entanto, esses valores são amplamente rejeitados pelos trabalhadores.

Rodrigo Lopes, um entregador de Recife e presidente do Sindicato dos Entregadores e Trabalhadores por Aplicativos em Pernambuco (Seambape), participa do Grupo de Trabalho (GT) criado pelo Ministério do Trabalho em nome da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Ele enfatiza a importância de ser remunerado pelo tempo disponível, considerando os investimentos feitos em motocicletas, habilitação, manutenção e outros custos associados ao trabalho.

Após quase cinco meses de reuniões, o GT instalado pelo governo federal com representantes dos trabalhadores de aplicativos não chegou a um acordo. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) está preparando sua própria proposta de projeto de lei (PL), que será apresentada ao Congresso em 30 de setembro, data de encerramento formal do GT. Questionada, a pasta informou que não dispõe de informações sobre o conteúdo do projeto, pois “as partes ainda estão em negociação.”

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