Um Olhar Profundo Sobre a Fé e Práticas das Testemunhas de Jeová
“Mas todos os homens e mulheres de bem terão o Reino de Deus aqui na Terra, que será reconstruída.”
As Testemunhas de Jeová, uma denominação religiosa com raízes profundas em um entendimento literal da Bíblia, têm intrigado estudiosos e curiosos por décadas. Para esses seguidores, o fim do mundo não é uma mera previsão distante, mas uma realidade que começou em 1914. De acordo com sua interpretação única do livro do Apocalipse, apenas 144 mil serão admitidos no Reino dos Céus, enquanto o restante da humanidade herdará uma Terra restaurada e paradisíaca.
O entendimento singular das Testemunhas de Jeová sobre as Escrituras resulta em uma série de práticas peculiares. O veto à transfusão de sangue, a recusa em prestar serviço militar obrigatório (exceto quando a legislação local não permite), a abstenção nas eleições políticas e a não comemoração de aniversários, Natal e Páscoa são apenas algumas das características que os diferenciam de outras correntes cristãs.
A liderança das Testemunhas de Jeová alega seguir de perto os ensinamentos de Cristo, embora se distingam em vários aspectos. A crença de que Jesus não faz parte de uma Trindade é um dos princípios fundamentais que os separa das correntes cristãs tradicionais. Além disso, rejeitam a ideia de uma alma imortal e o conceito de um inferno eterno.
Segundo o Anuário de 2022 das Testemunhas de Jeová, a organização tem 86 sedes e quase 118 mil congregações espalhadas pelo mundo, com mais de 8,5 milhões de membros. Seu modelo de congregações sem cobrança de dízimos, financiadas exclusivamente por doações anônimas, destaca-se como um exemplo de autossuficiência e colaboração em sua comunidade.
As Testemunhas de Jeová não são apenas distintas em suas crenças, mas também em suas práticas do dia a dia. Como observa o filósofo Cleberson Dias, elas se esforçam para não serem egoístas e agem com amor em todos os assuntos. Evitam práticas que desagradam a Deus, incluindo o mau uso do sangue através de transfusões, e são pacifistas, não participando de guerras.
Em relação à política, as Testemunhas de Jeová se abstêm, evitando assim conflitos com suas convicções religiosas. Sua postura é de neutralidade política, colocando sua obediência exclusiva a Jeová-Deus.
Embora essa fé única tenha uma história rica e distintiva, suas raízes remontam ao século XIX nos Estados Unidos, quando Charles Taze Russell liderou um grupo conhecido como “Estudantes da Bíblia”. Esse grupo, posteriormente conhecido como Testemunhas de Jeová, cresceu e desenvolveu suas interpretações únicas das Escrituras ao longo dos anos.
As crenças das Testemunhas de Jeová não apenas influenciam suas práticas religiosas, mas também moldam sua visão do futuro. Eles acreditam que estamos vivendo os “últimos dias” e que o Armagedom, a batalha final entre Deus e os governos humanos, está se aproximando rapidamente.
Enquanto muitos podem considerar essas crenças como peculiares ou até radicais, para as Testemunhas de Jeová, elas são a base de sua fé e compromisso religioso. Suas convicções inabaláveis os orientam a viver de acordo com seus princípios, mesmo quando esses princípios os diferenciam do restante do mundo.
