À medida que a eleição presidencial argentina se aproxima, Sergio Massa e Javier Milei intensificam suas campanhas, cada um abraçando sua visão única para o país. Em uma fase crucial antes do pleito, ambos os candidatos enfrentam desafios e confrontos marcantes, oferecendo aos eleitores um espetáculo eleitoral repleto de emoções e divergências ideológicas.
Massa Enfatiza Soberania e Recuperação Econômica
Sergio Massa, candidato peronista, tem delineado uma estratégia que destaca a soberania nacional e a recuperação econômica como pilares de seu governo. Durante eventos recentes, Massa acenou aos militares, sublinhando o espírito democrático das Forças Armadas, e comprometeu-se a defender a soberania nacional, especialmente nas disputas sobre as Malvinas.
Em uma entrevista televisiva, Massa anunciou sua intenção de revelar o nome do futuro ministro da Economia na segunda-feira seguinte à eleição, caso seja eleito. O candidato, atual ministro da Economia, reforçou sua postura anti-dolarização, considerando-a uma “megadesvalorização” do peso argentino. Além disso, rejeitou a ideia de uma abertura total da economia, alertando para as consequências negativas sobre as pequenas e médias empresas.
Com a perspectiva de reduzir pela metade a inflação no próximo ano, Massa busca consolidar a ideia de um governo de “unidade nacional”, afirmando que seu gabinete não será composto apenas por membros de seu grupo político. Seu enfoque na soberania e na estabilidade econômica visa angariar o apoio necessário para vencer a disputa que se desenha como indefinida.
Milei: Provocações e Pedido de Fiscalização
Por outro lado, Javier Milei, representante do ultraliberalismo, trilha um caminho marcado por provocações e apelos à fiscalização das urnas. Um evento de campanha em Ezeiza, cidade peronista próxima a Buenos Aires, terminou em confusão, com empurrões e uma chuva de ovos, destacando a tensão que permeia a reta final da campanha.
Após a altercação, Milei cancelou uma carreata planejada e instou seus apoiadores a fiscalizar as urnas, enfatizando a importância de proteger os votos para o bem da República. Em eventos anteriores, o candidato ultraliberal fez declarações provocativas, chamando o presidente Lula de comunista e criticando o governo brasileiro, enquanto seus aliados declarados são os Estados Unidos, Israel e o que ele chama de “mundo livre”.
No campo econômico, Milei propõe medidas extremas, recebendo críticas e ceticismo. O ex-presidente Mauricio Macri, apoiador notório de Milei, sugere que algumas propostas do candidato são inviáveis e que, se eleito, precisará negociar com o Congresso para implementá-las.
À medida que a Argentina se prepara para decidir seu futuro, os contrastes entre os candidatos refletem as divergências profundas na sociedade argentina. A eleição de domingo se desenha como um momento crucial que moldará os rumos do país nos próximos anos.