Desigualdades Raciais no Acesso à Saúde Bucal no Brasil

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Nada pode ser mais revelador da desigualdade sistêmica que ainda assombra o Brasil do que os números recentemente atualizados pelo Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais (Cedra). As estatísticas mais recentes, que datam de 2019, lançam uma luz perturbadora sobre a disparidade no acesso à saúde bucal entre a população branca e negra do país.

Segundo o levantamento, assustadores 29,2% da população negra brasileira nunca tinha visitado um dentista ou não o fazia há mais de três anos. Em contraste, esse número cai para 20,1% entre a população branca. Essa discrepância perturbadora é apenas o começo.

A pesquisa também revela que somente 21,7% da população negra tinha acesso a planos de saúde ou odontológicos até 2019, enquanto entre os brancos, esse número era de 40%. Além disso, mais de um terço dos negros adultos, ou seja, 34%, tinha uma visão negativa de sua saúde bucal.

Outro dado alarmante é que 43,9% dos negros adultos nunca tinham feito um exame de vista ou o haviam realizado há mais de dois anos, em comparação com 36,1% dos brancos. A discrepância também afeta as crianças negras, com 24,2% delas não tendo feito o teste da orelhinha, um exame crucial para detectar problemas de audição em recém-nascidos. Em contrapartida, apenas 12% das crianças brancas não passaram pelo exame.

Para Helio Santos, presidente do conselho deliberativo do Cedra, esses números não apenas refletem uma disparidade gritante, mas também evidenciam a presença do racismo sistêmico no sistema de saúde brasileiro. A pandemia da COVID-19, com suas desigualdades acentuadas, agravou ainda mais essa situação.

É importante notar que esses dados são baseados em informações coletadas até 2019, mas eles ecoam as profundas questões de desigualdade racial que ainda persistem no Brasil. A igualdade no acesso à saúde bucal e a outros serviços de saúde deve ser um objetivo primordial do país, uma luta que continua a desafiar uma nação em busca de justiça e equidade.

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