Em um cenário marcado por uma onda de calor implacável que elevou as temperaturas a patamares inéditos, o Brasil testemunhou um feito histórico no setor elétrico. Às 14h17, conforme registrado pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), a demanda instantânea de carga do SIN (Sistema Interligado Nacional) atingiu o impressionante marco de 100.955 MW (megawatts).
Este momento emblemático representa a primeira vez na história do SIN em que a carga ultrapassou a marca de 100.000 MW, superando o recorde anterior de 97.659 MW, estabelecido em 26 de setembro deste ano. A onda de calor, que castigou particularmente as regiões Centro-Oeste e Sudeste na segunda-feira (13), impulsionou o país a novos patamares na busca por energia elétrica.
O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu um alerta vermelho, estendido até sexta-feira (17), prevendo temperaturas que devem se manter pelo menos 5ºC acima da média por mais de cinco dias. Em São Paulo, o calor atingiu seu ápice, registrando 37,4°C às 15h, marcando a segunda-feira como o dia mais quente do ano. No Rio de Janeiro, a sensação térmica atingiu surpreendentes 58,5 graus em Guaratiba, na Zona Oeste, às 9h15 de hoje (14).
No contexto desse calor extremo, o ONS ajustou as projeções para novembro, antecipando um crescimento de 11,0% em relação ao mesmo período de 2022, alcançando 79.780 megawatts médios (MWm). Esse cenário desafiador exigiu uma resposta diversificada, com a geração hidráulica liderando o atendimento à carga, representando 61,1%, seguida pela geração térmica com 10,5%, geração eólica com 9,2%, geração solar centralizada com 8,4%, e a geração solar proveniente de micro e mini geração distribuída contribuindo com 10,8%.
