Numa reviravolta surpreendente, o ex-deputado e ex-procurador da República Deltan Dallagnol, conhecido por liderar a Operação Lava Jato, anunciou sua decisão de não recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tentativa de recuperar seu mandato. Num trecho de uma nota divulgada à imprensa, Dallagnol afirmou com veemência: “Não há justiça no Supremo”. Essa frase, repleta de descontentamento, ressoará na mente de muitos que têm acompanhado de perto os eventos recentes no Brasil.
A decisão de Dallagnol de abrir mão do recurso também significa que ele desiste de qualquer possibilidade de retorno à vida política pelos próximos oito anos. Isso se deve ao fato de que, além de ter seu mandato cassado, ele também foi considerado inelegível. Sua cassação foi decidida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que se baseou na Lei da Ficha Limpa para tomar essa medida. A lei proíbe que magistrados e membros do Ministério Público se candidatem em eleições se tiverem processos administrativos pendentes.
O TSE argumentou que Dallagnol se desvinculou do Ministério Público Federal quase um ano antes das eleições, indicando que ele previa que os procedimentos disciplinares pendentes poderiam prejudicar sua futura candidatura. A recusa do último recurso no TSE na semana passada deixou poucas esperanças de sucesso no STF. Esta instância máxima da justiça brasileira é amplamente vista como hostil à Operação Lava Jato, um movimento liderado por Dallagnol que teve um impacto significativo na política do país.
