Nos confins de Gaza, o maior hospital, Al-Shifa, enfrenta uma crise de proporções alarmantes. Numa narrativa que mistura a crueza de Tom Wolfe, a análise profunda de Noam Chomsky e a sensibilidade investigativa de Clóvis Rossi, a situação se desenrola como um trágico épico de resistência e desespero.
O Local e sua Significância
O complexo, situado em Rimal, na cidade de Gaza, é mais que um hospital. Com 700 leitos distribuídos em cinco edifícios, incluindo unidades de ginecologia, cirurgia, medicina interna e diálise, é um bastião de cuidados médicos e um pilar acadêmico internacionalmente reconhecido. No entanto, a Organização Mundial da Saúde, em 13 de novembro de 2023, descreveu Al-Shifa como “quase um cemitério”, testemunhando corpos acumulados dentro e fora do local.
Desafios e Combates Próximos
Os recentes combates nas proximidades agravaram a já precária situação. A escassez crítica de combustível compromete tratamentos essenciais, lançando o hospital às sombras da desolação. Em uma entrevista exclusiva, o diretor geral, Dr. Muhammad Abu Salamiya, revela a complexidade do dilema.
Refugiados e Números Impactantes
Com cerca de 650 pacientes, incluindo bebês incubados e casos críticos em UTI, Al-Shifa luta para manter a integridade de suas instalações. A presença de aproximadamente 5 mil refugiados, um número que já foi 60 mil, destaca a demanda esmagadora.
Combustível: Um Fio de Esperança Fragilizado
A oferta insuficiente de combustível acentua a crise. O hospital, dependente de 10 mil litros diários, recebeu apenas 300 litros, o que mal sustentaria o gerador por 30 minutos. Tentativas de coleta foram prejudicadas por desafios logísticos e uma oferta noturna controversa, atribuída às Forças de Defesa de Israel.
Bloqueio e Evacuação Difíceis
A sugestão de evacuação encontra barreiras intransponíveis. O hospital, sob “bloqueio total” há quatro dias, enfrenta ameaças constantes de bombardeios. Os relatos do chefe de cirurgia ortopédica, Adnan al-Bursh, sobre tanques israelenses a menos de 100 metros do complexo, impedem qualquer tentativa de evacuação segura.
A Controvérsia sobre Ataques e Presença do Hamas
A controvérsia sobre ataques persiste, com a IDF negando ter atingido o hospital, alegando um suposto centro de comando do Hamas. Os médicos refutam essa alegação, desafiando a IDF a investigar.
A Apelação Desesperada por Ajuda Internacional
O apelo final do Dr. Abu Salamiya é claro: “Pedimos às Nações Unidas, à Cruz Vermelha Internacional e a todas as outras organizações internacionais que enviem suas equipes e investiguem se há algum [combatente] dentro do complexo Al-Shifa.”