A gigante italiana de energia, Enel, encontra-se no centro de um furacão de críticas após uma série de interrupções no fornecimento de energia no estado de São Paulo. O ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou que a concessionária terá 24 horas para explicar suas ações em resposta a essa crise à Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon).
Segundo a Senacon, a Enel deve explicar as medidas que já tomou e as que planeja adotar para resolver o problema, sob pena de multa. Além disso, a Senacon buscará informações junto à Agência Nacional de Energia Elétrica sobre o monitoramento da prestação de serviços da Enel e sua eficiência.
A Secretaria Nacional do Consumidor é o órgão do governo federal responsável por defender os interesses dos consumidores e garantir a correta aplicação do Código de Defesa do Consumidor. Ela está trabalhando em conjunto com o Procon de São Paulo para avaliar o impacto nas vidas dos consumidores que enfrentam a falta de energia desde sexta-feira.
A Enel, responsável pelo fornecimento de energia em São Paulo e região metropolitana, enfrenta críticas recorrentes dos consumidores e escrutínio dos órgãos reguladores. Em 2019, a empresa foi multada em R$ 75 milhões pela Agência Goiana de Regulação por irregularidades na prestação de serviços em Goiás.
Dados indicavam que, nos primeiros anos de operação da Enel em Goiás, os consumidores enfrentavam cerca de 29,45 horas por ano sem eletricidade, com 19,32 suspensões. Esses números diminuíram, mas continuavam elevados. A falta de confiança nos dados da Enel persiste, especialmente quando se consideram casos de comunidades rurais que ficaram semanas às escuras.
A demora na normalização do serviço em São Paulo tem sido alvo de críticas da população e também se tornou um tema de debate político, com opositores ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) usando a situação para questionar a proposta de privatização da Sabesp, a empresa de saneamento básico do estado.
A situação ainda está em desenvolvimento, e a Enel enfrenta uma pressão crescente para resolver os problemas e reconquistar a confiança dos consumidores.