A senadora Eliziane Gama, relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos criminosos do 8 de janeiro, apresentou seu relatório nesta terça-feira (17), pedindo o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de diversos militares.
No relatório, a senadora argumentou que Bolsonaro nunca demonstrou simpatia por princípios republicanos e democráticos, citando seu histórico de questionar o sistema eletrônico de votação sem apresentar fundamentos técnicos. Ela alegou que Bolsonaro foi o mentor dos atos de vandalismo do dia 8 e utilizou o aparato estatal para minar as instituições republicanas brasileiras.
Eliziane Gama sugeriu o indiciamento de Bolsonaro por crimes como associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Além disso, apontou a participação de outros militares e autoridades em ações que visavam minar a democracia.
O relatório também mencionou o papel de alguns militares e autoridades, como o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, na tentativa de criar um código-fonte falso para as urnas eletrônicas a fim de fraudar as eleições presidenciais de 2022. A senadora argumentou que essas ações buscavam apoiar uma empreitada golpista.
Além de Bolsonaro, Eliziane Gama sugeriu o indiciamento de militares como Mauro Cid, Silvinei Vasques, Anderson Torres, entre outros, pelos crimes de associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
O relatório também mencionou o uso da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para monitorar locais de votação nas eleições de 2022, em uma aparente tentativa de influenciar o resultado eleitoral.
A CPMI investigou ainda a atuação de parlamentares e bolsonaristas que financiaram os atos golpistas de 8 de janeiro.
Este relatório lança luz sobre uma investigação que impacta profundamente a política e a democracia no Brasil. A sociedade agora aguarda as decisões das autoridades sobre as ações a serem tomadas com base nesse documento.