UM dos líderes indígenas mais importantes da floresta amazônica pediu ao presidente do Brasil que faça mais para defender os direitos dos povos indígenas.
O cacique Raoni Metuktire exigiu a retirada dos “invasores” dos territórios indígenas e que o governo suspendesse as negociações sobre os créditos de carbono que excluíam os indígenas das discussões.
Em carta ao presidente Luiz Inácio “Lula” da Silva, o cacique Raoni pediu que o governo responda a 11 pedidos específicos até 9 de agosto, segundo e último dia da cúpula da Amazônia em Belém que Lula e outros chefes de estado sul-americanos vai comparecer.
Em maio, Lula assinou uma nova lei que abriu caminho para um mercado de comércio de créditos de carbono – certificações que representam a redução de emissões que ameaçam o clima e que podem ser compradas ou vendidas para compensar as emissões feitas em outros lugares.
Mas o cacique Raoni disse que os indígenas até agora não foram incluídos no processo e que sua participação é fundamental na elaboração de qualquer legislação futura para garantir que seus direitos sejam devidamente respeitados.
Sua carta também exigia a suspensão das atividades de mineração prejudiciais que provocaram uma grande crise de saúde entre o povo Yanomami, à medida que garimpeiros ilegais invadiam seu território sob o governo anterior do presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro.
O governo Lula tem trabalhado para expulsar a maioria dos garimpeiros das terras Yanomami, mas muitos têm evitado as autoridades.
O cacique Raoni também exigiu testes em massa para exposição ao mercúrio, amplamente utilizado na mineração de ouro, e tratamento médico para os afetados.
O Brasil estabeleceu até agora 732 territórios indígenas, ocupando mais de 453.000 milhas quadradas, cerca de 14 por cento do país. Seis novos territórios foram criados desde que Lula iniciou seu último mandato, em janeiro.
Source: https://www.morningstaronline.co.uk/article/w/brazilian-indigenous-chief-demands-greater-role-climate-debate