Em um país rico em beleza natural, diversidade ecológica e cultura, o Brasil enfrenta uma nova realidade assombrada por eventos climáticos extremos que não deixam dúvidas: a crise climática é uma ameaça tangível. O ano de 2022 viu 13 em cada 100 brasileiros serem afetados por esses eventos, um sinal alarmante da urgência em lidar com as mudanças climáticas.
Desde o início de 2019, cerca de 40% das cidades brasileiras declararam estado de emergência devido a tempestades, inundações, enxurradas e alagamentos. Esse dado por si só já revela a crescente frequência e gravidade dos eventos climáticos extremos que assolam o país. Os últimos meses testemunharam recordes de temperaturas em todo o território, secas severas no Norte e chuvas torrenciais no Sul, deixando uma clara impressão da amplitude dos desafios enfrentados.
No coração da região amazônica, o Amazonas luta contra uma estiagem sem precedentes. Em apenas um ano, o estado perdeu uma área equivalente a onze vezes o tamanho da cidade do Rio de Janeiro. A falta de chuvas afeta não apenas o abastecimento de água, mas também a biodiversidade que depende desse ecossistema único.
Belém, no Pará, viu seu volume de chuvas em setembro despencar para meros 27% da média histórica. No entanto, a cidade testemunhou a temperatura mais alta dos últimos 33 anos. Enquanto a capital paraense sofria com a seca, o Rio Grande do Sul, no extremo sul do país, experimentou uma série de tempestades que causaram tragédias, incluindo mortes e milhares de desabrigados.
O Rio Negro, o sétimo maior rio do mundo, enfrenta uma seca histórica. Há apenas dois anos, seu nível atingiu a marca de 30,2 metros de profundidade, um dos maiores já registrados. Em outubro de 2023, porém, o rio atingiu um mínimo alarmante de 13,2 metros, sinalizando um declínio dramático nas águas.
Desde 2019, mais de duas mil cidades brasileiras declararam estado de emergência devido a eventos climáticos extremos, afetando 40% dos municípios do país. E a crise se estende às vidas de milhares de brasileiros, pois o número de pessoas desalojadas ou desabrigadas devido a chuvas intensas em 2022 superou o total dos cinco anos anteriores. O recorde anterior, em 2020, viu 208 mil pessoas afetadas, enquanto em 2022, esse número saltou para 576 mil, mais que o dobro.
O Brasil está testemunhando a crescente frequência de eventos climáticos extremos. Somente em 2022, 26,2 milhões de brasileiros foram impactados por esses eventos, representando um aumento de 75% em relação ao ano anterior. Essa tendência é um alerta inegável para a necessidade de ação imediata e eficaz em resposta às mudanças climáticas.
