Brasil e Ucrânia: Reunião de Lula e Zelensky Rompe o Gelo após Desentendimentos

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Em uma sala de conferências movimentada na cidade de Nova York, uma reunião bilateral entre o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky marcou um esforço para “quebrar o gelo” em suas relações diplomáticas. O encontro, que começou às 4h05 do horário de Nova York, foi acompanhado de perto pelos líderes de ambos os países.

O chanceler ucraniano Dmytro Kuleba, em um lapso de comunicação, inicialmente afirmou que a reunião era uma tentativa de “quebrar o gelo” entre os países. No entanto, ele logo esclareceu: “Não que houvesse gelo entre nossos países, mas a conversa foi muito calorosa e honesta, e acredito que agora os dois presidentes têm uma compreensão melhor das posições um do outro.”

Essa declaração de Kuleba reflete a tensão que se acumulou nas relações bilaterais nos últimos meses. O governo brasileiro havia expressado insatisfação com a abordagem de Zelensky em relação ao presidente Lula, enquanto, por sua vez, o presidente ucraniano acusou o Brasil de tomar uma posição pró-Rússia ao apoiar um cessar-fogo que implicaria a manutenção do status quo nas áreas ocupadas pela Rússia na Ucrânia.

Em um momento constrangedor durante seu pronunciamento, Kuleba inadvertidamente chamou Lula de “Putin,” em referência ao presidente russo Vladimir Putin, que liderou a invasão da Ucrânia.

Kuleba também mencionou a importância do envolvimento do presidente Lula, junto com seu conselheiro de Segurança Nacional, nas negociações coordenadas por Dinamarca e Noruega, que buscam mediar soluções diplomáticas para o conflito entre Rússia e Ucrânia.

Ao lado de Kuleba, o chanceler brasileiro Mauro Vieira descreveu a conversa como “uma longa discussão em um ambiente tranquilo e amigável.” Ele afirmou que o Brasil está disposto a participar de grupos que discutam a paz entre os dois países ou a apoiar iniciativas nesse sentido, mesmo sem tomar parte ativa nas negociações.

Os presidentes Lula e Zelensky também discutiram as relações bilaterais entre o Brasil e a Ucrânia, bem como a reforma de organismos multilaterais.

No discurso de Zelensky ao Conselho de Segurança da ONU no mesmo dia, ele defendeu a necessidade de reformas para incluir novos membros nesses organismos. No entanto, observadores brasileiros notaram que Zelensky não mencionou o Brasil em seu discurso, mencionando apenas Alemanha, Japão e Índia como possíveis membros permanentes, com uma breve referência à necessidade de uma vaga para a América Latina.

Este encontro ocorre em um momento desafiador para Zelensky, que enfrenta dificuldades em sua estratégia militar contra a Rússia, recentemente tendo que demitir seu ministro da defesa devido a alegações de corrupção. O governo brasileiro também se esforçou para garantir que as prioridades de Lula durante a viagem aos Estados Unidos não fossem ofuscadas pela agenda de Zelensky, que enfrenta uma série de desafios políticos e militares em seu país.

O chanceler brasileiro Mauro Vieira se encontrará em Nova York com o colega russo Sergey Lavrov na quinta-feira (21/09), e o governo brasileiro não descarta a possibilidade de um encontro entre Lula e Putin em breve.

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