ATIVOS alertaram na quinta-feira contra a intervenção militar no Níger, à medida que se aproxima o prazo para restaurar o presidente deposto.
O alerta veio quando o grupo militar governante do Níger diz que está rompendo acordos militares com a França, seu ex-governante colonial, e demitiu alguns dos principais embaixadores do governo anterior.
A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Ecowas) estabeleceu domingo como prazo para libertar e reintegrar o presidente Mohamed Bazoum ou enfrentar o possível uso da força.
O prazo que se aproxima rapidamente gerou uma enxurrada de atividades diplomáticas.
Mas, apesar da chegada dos enviados da Ecowas na capital Niamey na quinta-feira, um acordo não parece nas cartas.
O grupo militar no poder disse que estava encerrando os acordos e protocolos militares assinados com a França e anunciou o fim das funções dos embaixadores do Níger na França, Estados Unidos, Togo e na vizinha Nigéria, que está assumindo um papel de liderança na abordagem da Ecowas.
A França tem 1.500 soldados no Níger, que foi pensado como base para operações antiterroristas na região após reveses na região, como a retirada forçada do Mali.
Os EUA têm cerca de 1.100 soldados no Níger, inclusive em uma base estratégica de drones.
Esta é a primeira vez que Ecowas ameaça usar a força para intervir em um golpe em uma região que já viu cinco deles nos últimos três anos, com dois em Mali e outro em Burkina Faso.
Mas há uma oposição generalizada à ameaça de intervenção militar.
A Organização dos Povos da África Ocidental (Wapo) disse que “se opôs veementemente” ao ultimato de Ecowas e o descreveu como “uma manobra da França colonial e da Grã-Bretanha, sob a hegemonia do imperialismo americano, para recorrer à intervenção armada sob o pretexto de restaurar democracia e direitos humanos no Níger”.
Advertindo que o verdadeiro objetivo é “manter o Níger continuamente no redil imperialista”, Wapo descreveu o presidente Bazoum como “servil às potências imperialistas da Otan, particularmente a França, que por décadas saqueou seu urânio”.
Kwesi Pratt, secretário-geral do Movimento Socialista de Gana, criticou “o aventureirismo de Ecowas”.
Há também resistência ao uso da força no Níger por parte do vizinho vizinho Benin, cujo presidente, Patrice Talon, foi enviado pela Ecowas para avaliar a situação no terreno no Níger.
O Partido Comunista do Benin alertou o presidente Talon contra a participação em qualquer agressão contra “o povo fraterno do Níger”.
Eles acrescentaram: “Os povos africanos e os de nossa sub-região estão engajados em uma luta de morte contra as potências imperialistas e, em particular, contra o FrancAfrique” (um termo que denota a dominação francesa de suas ex-colônias africanas).
Source: https://www.morningstaronline.co.uk/article/w/west-african-activists-warn-against-military-intervention-niger