A Assembleia Geral das Nações Unidas abre na terça-feira com uma série de questões que dominarão o Debate Geral.
A 78.ª reunião da AGNU tem como pano de fundo uma guerra em curso na Ucrânia, novas crises políticas na África Ocidental e na América Latina, um coronavírus persistente, instabilidade económica, desigualdade crescente e novas catástrofes naturais sob a forma de terramotos, inundações e incêndios devastadores.
A reunião de líderes mundiais também ocorre num momento em que as nações do Sul global se voltam cada vez mais contra o que consideram ser o comportamento intimidador dos Estados Unidos e das antigas potências coloniais através da imposição de sanções económicas e da ameaça sempre presente de intervenção militar.
A atracção que mais países em desenvolvimento demonstram pelo bloco Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – e a decisão do organismo de alargar a sua representação a partir de Janeiro, para incluir o Irão, a Arábia Saudita, o Egipto, a Argentina, os Estados Unidos Emirados Árabes Unidos e a Etiópia, provocou ondas de choque em Washington e nos seus aliados.
Na cimeira do G77 mais China em Havana, Cuba, no fim de semana passado, o líder cubano, Presidente Miguel Diaz-Canel, disse aos líderes dos 134 países do Sul global presentes que estava agora nas suas mãos “mudar as regras do jogo”.
A China não é membro de pleno direito do G77, mas o seu representante na cimeira, Li Xi, disse: “A China fará sempre parte da família dos países em desenvolvimento e será membro do Sul global”.
O tema do Debate Geral deste ano será “Reconstruir a confiança e reacender a solidariedade global: acelerar a acção na agenda 2030 e nos seus objectivos de desenvolvimento sustentável rumo à paz, prosperidade, progresso e sustentabilidade para todos”.
O Brasil tradicionalmente faz o primeiro discurso na AGNU. O Presidente Luiz Inácio “Lula” da Silva fará das alterações climáticas o ponto central dos seus comentários.
Depois de chegar ao poder em janeiro, Lula prometeu restabelecer o Brasil como líder global no meio ambiente e reforçar a proteção da floresta amazônica após anos de desmatamento.
O presidente dos EUA, Joe Biden, fala em seguida como país anfitrião da ONU.
Os líderes são então chamados a falar numa ordem que tenha em conta a população e o equilíbrio geográfico.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, chamou na semana passada a AGNU de “um momento único todos os anos para os líderes de todos os cantos do globo não só avaliarem o estado do mundo, mas também agirem para o bem comum.
“E ação é o que o mundo precisa agora.”
Source: https://www.morningstaronline.co.uk/article/united-nations-general-assembly-set-to-begin