Na iminência das eleições na Argentina, o candidato ultraliberal Javier Milei intensifica suas posições radicais, desafiando as normas convencionais e prometendo uma reviravolta diplomática. As declarações polêmicas do postulante, que incluem o rompimento de relações com o Brasil e a proposta de limitar o comércio exterior a acordos empresariais, repercutem internacionalmente.
O candidato da coalizão A Liberdade Avança, em uma entrevista ao jornalista peruano Jaime Bayly, reiterou sua visão estritamente liberal, defendendo que, em um governo sob sua liderança, os cidadãos teriam liberdade para escolher seus parceiros comerciais, sem intervenção estatal. Surpreendentemente, Milei prometeu cortar relações diplomáticas com o Brasil, além de já ter ameaçado retirar a Argentina do Mercosul e romper laços com a China.
No entanto, a ousadia do candidato vai além das questões diplomáticas. Ao defender a “livre concorrência” e a redução significativa dos gastos públicos, Milei enfrenta resistências até mesmo entre seus potenciais apoiadores na União Cívica Radical (UCR). A neutralidade formal do partido no segundo turno não esconde as divergências internas, evidenciadas pelas preocupações de líderes como o governador de Jujuy, Gerardo Morales, sobre os impactos financeiros nas províncias.
